Autismo: Deficiência Intelectual e Altas Habilidades
- Valéria Rodrigues
- 11 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
Criado no início do século XX, o Teste de Coeficiente ou Quociente de Inteligência (QI) é o modo mais usado para “quantificar” as habilidades cognitivas de um indivíduo até hoje. Através da escala de QI, que geralmente vai de 0 à 200, especialistas conseguem comparar as habilidades de diferentes pessoas levando em consideração a média global e, no caso de crianças, a faixa etária na qual estão inseridas. (UNIVERSIA, 2020).
As habilidades cognitivas são consideradas os processos mentais que o cérebro necessita para realizar as atividades diárias e sociais, ou seja, o processamento da informação se dá pelos processos ou habilidades cognitivas.
Podemos listar aqui as habilidades cognitivas consideradas principais, sem ter o intuito de menosprezar aquelas não listadas aqui:
Percepção;
Atenção;
Cálculo;
Memória;
Orientação;
Linguagem;
Práxis;
Funções Executivas.

Conhecida pela sigla DI, a Deficiência Intelectual, esta associada ao nível de QI da criança, onde algumas crianças podem apresentar um perfil cognitivo e de comportamento muito abaixo do esperado. Para ser diagnosticado a DI, é necessário que a criança apresente QI máximo de 70.
A DI já foi conhecida também como retardo ou atraso mental, termo não utilizado nos dias atuais. A criança já nasce com DI e já é possível perceber desde muito pequeno, através do desenvolvimento psicomotor da criança, porém casos leves podem passar desapercebidos até a idade escolar, onde surgem as maiores dificuldades.
No entanto, há outro público também diagn0sticado através do Teste de QI: as crianças com altas habilidades/superdotação que segue a seguinte classificação:
Inteligência superior ou altas habilidades: quem apresenta um QI entre 121 e 130;
Inteligência muito superior (superdotação): quem apresenta QI acima de 130.
Qual a relação com o Autismo?
Na população geral cerca de 3% das pessoas tem DI, já em pessoas com autismo, atualmente este número pode chegar de 30% a 40%. Até 2012 as pesquisas mostravam que até 70% das pessoas com autismo tinham DI como comorbidade associada. Esta redução, pode estar associada a intervenção precoce, ou seja, quantidade de estímulos ou até mesmo melhores diagnósticos. Vale ressaltar que antes dos 6 anos de idade não é possível fazer uma avaliação quantitativa com base no número de QI, mas sim uma avaliação qualitativa.
Autismo e DI são coisas diferentes!
AUTISMO: Dificuldades na interação e comunicação social e implicações comportamentais, como interesses restritos, podendo ser estereotipados.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: Dificuldade na aprendizagem, pessoas que não conseguem aprender ou demoram mais para aprender, atrasadas se comparado aos pares. Também há vários níveis, em casos leves, podem saber ler e escrever e podem ser verbais, já em casos mais graves são aqueles que possuem muita dependência, inclusive para as atividades de vida diária.
Mesmo que a criança com autismo não tenha DI como comorbidade, ou seja, mesmo que a criança não tenha deficiência intelectual (baixo QI) e mesmo que inabilidade das funções cognitivas não faça parte dos critérios diagnósticos de autismo, é necessário avaliar e estimular as habilidades cognitivas, pois os sintomas de autismo podem comprometer o aprendizado destas habilidades.
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Referências:
Universia. Teste de QI: tudo sobre o quociente de inteligência e como eleva-lo. Universia.Net. 2020. Acesso em: https://www.universia.net/br/actualidad/orientacao-academica/teste-qi-tudo-sobre-o-quociente-inteligencia-e-como-eleva-lo-1111034.html